Estudio-02
CAPA-20162

O ESTÚDIO EM DETALHES

BuenoStudio nasceu de um desejo antigo de se ter um estúdio de gravação de nível profissional e acabamento esmerado. Após alguns anos de investimento de tempo, estudos e capital foi possível concluí-lo, e exponho aqui alguns detalhes de sua construção.


Projeto e início da obra: Como na ocasião eu não possuía conhecimentos sobre acústica suficientes para a construção de um estúdio busquei ajuda profissional, e após uma seleção fechei com Omid Burgin, da Omid Studios, a elaboração de um projeto que atendesse a minha necessidade. Foram alguns meses que decorreram entre a nossa primeira reunião e a entrega do projeto concluído, e assim iniciamos as obras, que partiram de um terreno vazio, no início de Setembro 2002.


Conceito e ambientes: Apesar da limitação imposta pela área disponível para a construção, optamos por mais três ambientes além das tradicionais técnica e sala de captação. Assim, foi projetado também um iso para o solista, uma casa de máquinas para equipamentos ruidosos e um sound lock na entrada, totalizando cinco ambientes.


Isolação acústica: Por estar localizado em um bairro muito silencioso, houve a preocupação de não ser perturbado e principalmente não perturbar a vizinhança. Assim todo o estúdio foi construído com paredes duplas, em blocos de concreto estrutural preenchidos.


Pisos flutuantes: Conforme previa o projeto, foram construídos pisos flutuantes independentes em todos os ambientes, exceto no sound lock. Isso significa que são quatro “caixas” dentro de uma “caixa” externa maior. Além disso, o piso na área da bateria também flutua separadamente do piso da sala de captação, provendo um desacoplamento útil para isolar ruído estrutural da bateria para os microfones.


Portas: Ao todo o estúdio possui cinco portas, sendo quatro internas de madeira e uma externa de ferro e concreto. Todas as portas, inclusive a externa, possuem amplos visores de vidros duplos laminados e espessos, facilitando a comunicação visual entre os ambientes.


Visores: A técnica tem comunicação visual com todos os ambientes. Com a casa de máquinas e com o sound lock, pelos visores das portas e com o iso do solista e com a sala de captação, pelos visores das paredes, sendo que o visor da sala de captação possui porta basculante para facilitar a manutenção.


Pé direito: O projeto exclusivo para o estúdio permitiu que tivéssemos um cuidado com esse fator importante para a acústica, nos deixando com um pé direito de quatro metros na técnica e cinco metros na sala de captação.


Tratamento acústico: Todo o tratamento acústico do estúdio foi feito basicamente com lã de rocha, lã de vidro, tecido e madeira marfim. Na sala de captação foram criados painéis pivotantes presos às paredes que podem ser alternados entre absorção e reflexão, e na área da bateria painéis deslizantes que se alternam entre absorção, reflexão e difusão, permitindo facilmente a mudança do tempo de reverberação da sala ou criando ambientes específicos. Foram confeccionados também biombos sobre rodízios que podem ser para reflexão ou absorção e que permitem a criação de mais ambientes independentes na sala de captação. Em todo o tratamento, além da responsabilidade com o resultado acústico também houve sempre a preocupação com o aspecto estético em cada detalhe.


Iluminação Natural: Entre os desníveis dos tetos da técnica e sala de captação foram feitas janelas para a entrada de luz natural, o que deixou o ambiente mais agradável.


Ar Condicionado: São dois sistemas separados: um para a técnica e casa de máquinas e outro para a sala de captação e iso do solista. Todos os sistemas são dutados e trabalham com atenuadores de ruídos e baixa velocidade, o que permite a refrigeração e a troca do ar do estúdio sem nenhuma interferência durante todo o tempo de trabalho.


Elétrica: No projeto de elétrica houve uma preocupação com o dimensionamento e distribuição dos circuitos, de modo a atender a demanda do estúdio com segurança e oferecer muitos pontos de tomadas em todos os locais. São tres redes que chegam ao estúdio totalmente independentes, sendo uma para as tomadas dos equipamentos, outra para a iluminação e uma terceira para os equipamentos de ar condicionado e área externa superior.


Aterramento: Nesse quesito resolvemos pecar pelo excesso. Devido à importância que acreditamos ter o aterramento num projeto elétrico tanto para a segurança das pessoas como dos equipamentos e, no caso de um estúdio de gravação, também na qualidade do áudio, fizemos duas malhas separadas: uma TT e outra TN, que podem ser interligadas ou abertas entre si, conforme a conveniência. Todo o projeto de aterramento consumiu 18 hastes de cobre maciço e vários metros de cabo de cobre nu, tudo conectado por solda exotérmica, formando um conjunto que dispensa manutenção e garante a eficiência.


Blindagem Eletromagnética (Gaiola de Faraday): Todo o estúdio é blindado eletromagneticamente. Durante a fase de construção da alvenaria, após a caixa externa estar pronta e antes de iniciar a construção dos pisos flutuantes e das paredes internas, foi construída uma “Gaiola de Faraday”, que consiste em cobrir todas as paredes e pisos com malhas condutoras e aterradas para evitar interferências eletromagnéticas.


Audio: Temos uma grande quantidade de pontos de áudio por todo o estúdio, com várias ramificações de tubulações que saem sempre da técnica e levam para muitos locais inclusive para fora do estúdio, o que permite que levemos cabos de microfones ou instrumentos para outros ambientes, dentro ou fora do imóvel.


“Estúdio de Excelência Executado em Santo André”
– Veja matéria no site audiomidia.com.br da OMiD International Academy